Condenado afirma que crime foi motivado por ameaças pessoais e denuncia tentativa de manipulação política no caso.
O assassinato do empresário conhecido como Tec-Office, ocorrido às vésperas das eleições de 2022, volta a ganhar destaque três anos depois. O autor do crime, já condenado e cumprindo pena no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, foi transferido às pressas para Brasília em circunstâncias consideradas incomuns.
Fontes apontam que estaria em curso a construção de uma nova narrativa para o caso. Segundo informações, o preso teria recebido a oferta de benefícios jurídicos, como a redução de pena, em troca de um novo depoimento. O objetivo seria envolver terceiros que, de acordo com o próprio acusado, nada teriam a ver com o crime.
Em gravações feitas poucos dias após o homicídio, em ambiente familiar, o condenado relatou que a vítima, identificada como Bosco, seria uma pessoa de comportamento ameaçador e com histórico de crimes como sequestro. O acusado afirmou ter reagido a ameaças constantes contra si e seu filho de 9 anos.
“Eu cometi o crime contra Bosco porque ele me ameaçou, ameaçou meu filho. Fiz pelo meu filho, não me arrependo. Mas jamais iria acusar uma pessoa inocente”, declarou.
O réu também rejeitou qualquer ligação do episódio ao nome de Daniel Brandão, citado posteriormente durante o processo. Ele alegou que houve tentativa de indução em seu depoimento inicial, inclusive com pressão psicológica e ameaças para que confirmasse versões que não correspondiam aos fatos.
Ainda segundo o acusado, advogados ligados ao ex-secretário de Segurança, Jefferson Portela, teriam procurado sua família. Portela, que durante a campanha eleitoral apoiou um adversário do governador Brandão, foi citado como figura que teria exercido influência política no andamento do caso.
O preso sustenta que o crime foi um episódio estritamente pessoal entre ele e Bosco, sem envolvimento de terceiros. Para ele, as tentativas de relacionar outras pessoas à execução do homicídio configurariam manipulação política.