Na noite de ontem, 10 de dezembro, por volta das 21:00 horas, no quilombo Flexeiras, município de Arari, o camponês Joel Roque Martins Dutra, 51 anos, esposo da presidente da União dos Moradores Quilombolas da Região de Flexeiras, destacado lutador e militante dos Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão, foi covardemente atacado à bala pelas costas na cozinha da sua residência, logo após o jantar.
O camponês encontra-se sob cuidados médicos e o estado de saúde é grave.
Esse é o sétimo atentado em apenas três anos, sendo 5 assassinatos e 3 tentativas de homicídios apenas em Arari. Esses ataques se iniciaram quando as comunidades de Arari resolveram retomar seus territórios (campos públicos alagados), retirando cercas ilegais e gado bubalino das suas terras. O latifúndio e a pistolagem querem parar a luta camponesa matando várias lideranças.
Essa realidade é de inteiro conhecimento das autoridades públicas, principalmente do governo do estado. Por diversas vezes as comunidades já denunciaram essa situação à Secretaria de Segurança Pública, ao ITERMA, Secretaria de Meio Ambiente – SEMA, Secretaria Estadual de Agricultura Familiar, Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular – SEDHIPOP e ao Ministério Público.
O representante da Organização das Nações Unidas – ONU, já recomendou ao Estado Brasileiro e ao Estado do Maranhão que adote todas as medidas possíveis para apurar e punir os assassinatos das lideranças camponesas, bem como, priorize formas de resolução dos conflitos pela posse da terra. Até agora, nada foi feito.
Exigimos do governo do estado que imprima todos os esforços para investigar, identificar e punir os responsáveis por esses ataques, inclusive esse contra o camponês Joel Roque.
Ao tempo que os Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão manifesta sua irrestrita solidariedade à comunidade de Flexeiras e aos familiares do Sr. Joel Roque, queremos dizer que a luta continua, agora com maior determinação.
Povo unido e organizado, luta e vence.
JORNALISTA JOSINALDO SOARES
REGISTRO:0001662/MA
FONTE: FÓRUNS E REDES DE CIDADANIA
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