A política de Magalhães de Almeida, no Maranhão, foi abalada por um escândalo que revela práticas de acumulação ilegal de cargos públicos por parte do ex-secretário de Educação, Maélio César Freitas dos Santos. Conhecido por ser um nome ligado ao grupo político do prefeito Nonato Carvalho, o ex-secretário é investigado por acumular indevidamente três cargos públicos, o que resultou no recebimento de remuneração ilegal.
Este episódio, que está gerando grande repercussão, coloca em xeque a moralidade e a transparência da administração pública local. A investigação do Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA), realizada no Inquérito Civil/Simp nº 283-053/2021, revelou que Maélio Freitas não apenas infringiu a Constituição Federal, como também se envolveu em uma prática de improbidade administrativa com sérios danos ao erário.
ACÚMULO DE CARGOS E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Segundo a Constituição Federal, é vedado o acúmulo de cargos públicos, exceto em algumas situações específicas. Porém, o ex-secretário de Educação violou essa regra ao ocupar simultaneamente dois cargos de professor e o cargo de Secretário Municipal de Educação. O resultado? Uma remuneração ilícita que totalizou mais de R$ 171 mil – dinheiro que deveria ser destinado à população e à melhoria dos serviços públicos.
O fato foi considerado um caso claro de improbidade administrativa, que inclui enriquecimento ilícito, dano ao erário e violação aos princípios da administração pública, conforme os artigos 9º, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92. A repercussão dessa situação é ainda mais grave devido ao envolvimento do nome do ex-secretário com um dos maiores grupos políticos da região, liderado pelo prefeito Nonato Carvalho, gerando desconfiança entre a população sobre a verdadeira motivação por trás dessa ação.
O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL (ANPC)
A fim de evitar um longo processo judicial, o Ministério Público do Maranhão propôs um Acordo de Não Persecução Cível (ANPC), um mecanismo legal que permite a resolução do caso de forma mais célere. Em um acordo com o MPMA e com anuência do município de Magalhães de Almeida, Maélio Freitas se comprometeu a devolver os valores recebidos indevidamente, somando R$ 171.261,44, em dois pilares:
1. Ressarcimento Integral ao Erário: O ex-secretário será obrigado a devolver R$ 85.630,72, valor correspondente à remuneração ilegal recebida. O montante será depositado em conta judicial do município.
2. Multa Civil: Uma multa de igual valor, também no montante de R$ 85.630,72, será destinada ao Fundo Estadual de Proteção dos Direitos Difusos do Maranhão (FEPDD/MA), como forma de compensação pelos danos causados.
O IMPACTO DA DECISÃO E A EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO.
O acordo, que será parcelado entre janeiro de 2025 e junho de 2031, não apenas visa reparar o dano causado ao erário, mas também tem um valor simbólico para a população de Magalhães de Almeida, que agora espera que o caso seja um marco para a transparência na administração pública local.
Mas o que está por trás deste acordo? O que acontece quando um político, com uma base forte e ligada a um grupo de influência, é acusado de acumular cargos de forma ilegal? A população de Magalhães de Almeida, e o Maranhão como um todo, devem se perguntar até que ponto a política local está sujeita a esse tipo de prática.
O FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL.
Esse caso lança uma luz sobre o que muitos consideram ser um sistema viciado em práticas ilegais e antiéticas dentro da administração pública. Se um ex-secretário tão ligado ao atual prefeito é capaz de cometer um ato tão claro de improbidade administrativa, o que mais pode estar ocorrendo nos bastidores da gestão pública?
A cobrança por mais transparência, fiscalização e punição aos responsáveis nunca foi tão necessária. Para que o município de Magalhães de Almeida recupere a confiança da população, é fundamental que a Justiça cumpra seu papel e que a administração local adote medidas mais rigorosas para evitar que escândalos como esse se repitam.
O CASO AGUARDA DECISÃO JUDICIAL
O pedido de homologação do Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) segue aguardando análise judicial na Vara Única de Magalhães de Almeida. O desfecho desse caso será fundamental para que se estabeleça um precedente em relação à punição de práticas ilegais na administração pública e também sobre o uso de acordos para resolver casos de improbidade administrativa.
Enquanto isso, a população de Magalhães de Almeida continua de olho nas futuras decisões e no compromisso da justiça em restaurar a moralidade pública.
JORNALISTA:JOSINALDO SOARES REGISTRO:0001662/MA
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