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18/11/2023

MORADORES IMPEDEM TRATOR DE FAZER DESMATAMENTO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NA BAIXADA MARANHENSE.

No dia 04 de novembro, moradores da comunidade Estiva, na região de Flexeiras, município de Arari, Baixada Maranhense, foram surpreendidos com a presença de um trator que se deslocava para derrubar uma área de babaçual no território da comunidade. Diante desse fato, dezenas de mulheres, homens, jovens e crianças impediram que o tratorista realizasse o desmatamento, pois, esse local é um refúgio de vários animais silvestres e aves, bem como, local de extrativismo dos moradores, principalmente do coco babaçu.

Alguns minutos depois da ação dos camponeses, a polícia militar do Governo Carlos Brandão (PSB), apareceu em grande número, em 2 viaturas tentando intimidar os moradores e permitir que o desmatamento acontecesse. Mas, os camponeses não cederam, expulsando o tratorista e a Policia Militar do território. 

Não satisfeitos, na manhã do dia 05, o tratorista, pessoa desconhecida da comunidade e não dizendo para quem trabalhava, retornou à comunidade Estiva, mais uma vez escoltado pela Policia Militar, fustigando a comunidade, alegando que foram autorizados pela Secretaria de Meio Ambiente de Arari para desmatar naquela região. Entretanto, os moradores foram firmes e expulsaram pela segunda vez os invasores.

É de conhecimento de todos, principalmente do Governo do Estado que nesse período do ano, devido à estiagem os conflitos agrários na Baixada Maranhense crescem, visto que, muitos fazendeiros aproveitam o tempo seco para desmatar e queimar as ilhas, região de teso, com o objeto de fazer pasto para gado. Essas ilhas, compõe o rico bioma amazônico, constituído de lagos, tesos e os imensos campos alagados, parte da Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense devidamente protegido por lei estadual, nacional e internacional.

Há anos, os órgãos do Estado Brasileiro, fazem ouvidos moucos aos gritos das comunidades da Baixada Maranhense. Nos últimos anos essa região tem sido palco de uma verdadeira guerra. Dos 10 quilombolas assassinados pela pistolagem no Maranhão, nos últimos três anos, 9 foram na Baixada, sendo 5 no município de Arari. Existindo inclusive recomendação da ONU – Organização das Nações Unidas, aos órgãos do Estado Brasileiro que priorize e resolva esses conflitos agrários.

É preciso que o Governo Brandão tome atitudes urgentes. Priorize os processos de regularização fundiários que mofam nas gavetas do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão – ITERMA, relacionados à essas comunidades, chame para si por meio da Secretaria de Meio Ambiente – SEMA as concessões de licenças ambientais na Baixada, retome na maior brevidade possível a “operação baixada livre” derrubando as cercas dos campos e a retirada dos búfalos, como manda a Constituição do Estado do Maranhão.

Os camponeses, suas comunidades e organizações permanecem firmes, vigilantes e determinados de que ninguém destruirá seus territórios locais de reprodução de vivencias, culturas e dignidade.

Povo unido e organizado, luta e vence!

JORNALISTA JOSINALDO SOARES
REGISTRO:0001662/MA
FONTE:FÓRUNS E REDES DA CIDADANIA 

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