Em mais um episódio que expõe o distanciamento entre o discurso político e as reais necessidades da população, a Câmara de Vereadores de Presidente Vargas decidiu travar projetos fundamentais de interesse social, colocando em risco investimentos em moradia popular, educação infantil e desenvolvimento econômico.
A polêmica envolve a votação de uma emenda à Lei Orçamentária Anual (LOA), enviada pelo Poder Executivo para incluir programas federais como o Minha Casa, Minha Vida, a construção do Mercado Municipal e uma Creche do PAC Seleções. A emenda, de caráter estritamente técnico e com menos de uma página, era necessária para garantir a execução dos recursos ainda neste exercício.
Mesmo com a justificativa de urgência, devido à proximidade do fim do ano, a maioria dos parlamentares optou por adiar a votação, solicitando vista do projeto durante sessão realizada nesta sexta-feira (19). A decisão chama atenção, sobretudo porque a proposta está em tramitação na Casa desde o dia 15 de dezembro, tempo considerado suficiente para análise.
O que mais causa indignação é o fato de que, no caso do Minha Casa, Minha Vida, os recursos não passam pelo cofre municipal, sendo executados diretamente pela Caixa Econômica Federal. Ainda assim, por exigência legal, a rubrica precisa constar na LOA para que o município não perca a oportunidade de receber os investimentos.
Ao travar a matéria, os vereadores impõem um prejuízo direto à população, especialmente às famílias que aguardam uma chance de conquistar a casa própria, aos comerciantes que esperam um mercado municipal estruturado e às mães que necessitam de vagas em creches para poder trabalhar.
A postura da maioria dos parlamentares é vista como insensível e contraditória, já que projetos de grande impacto social foram deixados em segundo plano, enquanto interesses políticos e disputas internas parecem ter falado mais alto do que o bem coletivo.
O episódio reforça o sentimento de frustração entre os moradores de Presidente Vargas, que cobram dos seus representantes mais responsabilidade, compromisso e ação. Em tempos de dificuldades sociais, a população espera soluções concretas — não manobras políticas que atrasam o desenvolvimento do município e penalizam quem mais precisa.
Enquanto a Câmara posterga decisões, quem paga a conta é o povo.
JORNALISTA:JOSINALDO SOARES
REGISTRO:001662/MA

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